Cada vez mais o conceito de economia compartilhada vem ganhando espaço na pauta da sociedade e passa a ser um tema provocativo, especialmente por afetar diretamente hábitos e questões enraizadas em nossa cultura.
Quando juntamos um insustentável modelo econômico baseado em hiper consumismo e alimentado pela capacidade da publicidade de criar desejos, com recursos tecnológicos que facilitam a comunicação e a gestão do compartilhamento, criamos um cenário favorável para uma mudança de modelo.
O compartilhamento de bens não é uma novidade mas, se pensarmos friamente, a questão cultural de que precisamos TER para SER de certa forma cria barreiras. Um exemplo comum acontece em situações de casais que acabaram de se tornar pais e, mesmo tendo a oportunidade de aproveitar alguns recursos disponíveis de familiares e/ou amigos, preferem adquirir um novo produto. Pensando com total racionalidade, porque não aproveitar aquele carrinho de bebê que está em perfeitas condições de uso?
Podemos ouvir diversas justificativas e, claro, todas devem ser respeitadas.
O conceito não se aplica apenas a bens tangíveis, também podemos falar de habilidades e até mesmo tempo. Se pensarmos que o dinheiro pode ser uma representação quantitativa de um esforço, podemos pagar por um serviço com nosso próprio esforço como, por exemplo, ensinar inglês a uma pessoa que pode retribuir com aulas de informática.
Precisamos do bem ou do serviço?
Nada como exemplos para elucidar a questão e provocar reflexões:
1) Preciso TER uma furadeira ou um buraco na parede?
2) Preciso TER um carro ou me locomover com praticidade e conforto?
3) Preciso TER um CD ou escutar a música?
4) Há 120 apartamentos no meu condomínio. É necessário TER 200 bicicletas enferrujando no bicicletário ou será que 20 excelentes bicicletas compartilhadas entre todos atenderiam a demanda?
A economia compartilhada possibilita que as pessoas vivam as mesmas experiências, sem precisar adquirir mais, impactando positivamente não só no bolso mas também preservando os recursos naturais do planeta. Isso leva a crer que não estamos falando de modismos, mas de um movimento que cada dia torna-se mais real e precisamos refletir.
Novas palavras que não eram muito comuns ao vocabulário cotidiano tornaram-se cada vez mais frequentes, como desapego, compartilhamento, colaboratividade e minimalismo. Neste contexto, há uma palavra que define um conceito que já é antigo, mas tem total relação com o tema: o mutualismo.
Na biologia, o mutualismo é utilizado em situações onde há a associação de duas espécies, que obtêm benefícios entre si. Já no seguro, o mutualismo é um princípio de compartilhamento de perdas e danos onde um grupo compartilha entre si os prejuízos causados por um determinado evento.
Os riscos podem ser mitigados, mas não devem ser ignorados. Eles fazem parte do cotidiano de uma sociedade e precisam ser encarados com responsabilidade, inteligência e organização e, é nesse contexto que o seguro entra em cena.
Certamente, o conceito que sustenta o seguro nunca foi tão atual e acreditamos nele como um mecanismo fundamental para a manutenção do equilíbrio social.
Até a próxima!
Equipe Dalí Corretora de Seguros
www.dalicorretora.com.br
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